Exposição As Aventuras de Alice transforma o Farol Santander no País das Maravilhas

Quem visitar o Farol Santander São Paulo vivenciar As Aventuras de Alice. A exposição passeia pelo universo fantástico de Alice, dentro e fora da história do livro original, de maneira lúdica, interativa e imersiva. A mostra, que ocupa duas galerias do prédio (24º e 23º andares), é inédita no Brasil, com realização do Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Especial da Cultura, com patrocínio do Santander. A concepção, pesquisa e curadoria são de Rodrigo Gontijo, produção executiva de Julia Brandão e Angela Magdalena, cenografia de Lee Dawkins, direção de arte de Tissa Kimoto, com produção da Ayo Cultural.

Uma das obras literárias mais aclamadas da história e traduzida em mais de cem idiomas, As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Caroll - pseudônimo de Charles Lutwidge Dodgson - é considerado um clássico do gênero nonsense. O livro conta a história de Alice, uma garota que cai em uma toca de coelho que a leva a um mundo fantástico, repleto de criaturas mágicas com características antropomórficas.

“Querendo trazer a magia dessa aventura até você, nós do Farol Santander São Paulo orgulhosamente apresentamos As aventuras de Alice, um convite para que embarquem nessa incrível viagem pela superfície do conhecimento chegando ao mundo secreto e nonsense de Alice”, afirma Patricia Audi, vice-presidente do Santander Brasil. “São dois andares do Farol, esse edifício icônico da cidade de São Paulo, dedicados ao maravilhoso mundo de Alice - falando de temas universais e muito atuais como as noções de tempo, trabalho e lazer – fazendo um paralelo do mundo adulto versus a ludicidade e vivacidade do mundo infantil.”

O livro estimula a imaginação de adultos e crianças de vários lugares do mundo, com seus personagens e situações inusitadas: alimentos que fazem Alice aumentar e diminuir de tamanho, o que a leva a navegar em um rio de suas próprias lágrimas, uma rainha de copas cruel e sem coração, um coelho obcecado pelo tempo, uma lagarta filósofa e um gato sorridente em uma floresta mágica.

Referências que inspiraram o autor, adaptações pré-cinema, o início das animações, curiosidades e até ilustrações de nomes como Salvador Dali, Blanche McManus e Yayoi Kusama estão entre os destaques da mostra. Instalações, materiais históricos em vídeo com diversas versões de cenas famosas do conto e um cinema 3D fazem parte do vasto material audiovisual exposto. Logo na entrada, uma biblioteca com a primeira versão do livro conta a história dos personagens, da “verdadeira” Alice, de Lewis Carroll (autor), e exibe versões brasileiras do conto, uma delas feita em cordel, pelo poeta João Gomes de Sá, e outra de autoria de Monteiro Lobato.

"Grande parte das situações inusitadas descritas na publicação tem sua inspiração em pessoas, fatos e eventos próximos a Lewis Carroll e à família Liddell, da qual Alice fazia parte. Uma aventura que começou na tarde de verão de 4 de julho de 1862, em um passeio de barco pelo rio Tâmisa com as três irmãs Liddell: Lorina, Alice e Edith.  Lewis Carroll inventou a história de uma menina que corria atrás de um coelho branco, caía em uma toca e adentrava em um mundo fantástico e nonsense. Alice Liddell gostou tanto do que ouviu que pediu para que a história fosse escrita. Assim nasceu um dos maiores clássicos da literatura, traduzidos em mais de 100 idiomas", explica Rodrigo Gontijo, curador da mostra.

O 24º andar do Farol Santander é o da “vida real”, onde a mostra apresenta a trajetória do autor Lewis Carroll, de Alice Liddell, a inspiração real por trás da protagonista, e conta a origem dos demais personagens.

A Biblioteca que abre essa galeria apresenta ao visitante a primeira versão do livro, documentos históricos, biografias, fotos da verdadeira Alice em várias etapas da vida e um depoimento seu - registrado durante sua visita aos Estados Unidos, aos 80 anos de idade. Ganham espaço também biografias e registros da época sobre Lewis Carroll e o ilustrador John Tenniel, responsável por traduzir em imagens as criaturas do universo fictício de Alice.

Outro ponto alto do primeiro piso da exposição fica por conta do espaço aos artistas brasileiros que se dedicaram a criar, traduzir ou adaptar o conto para nosso idioma. Entre eles, está Monteiro Lobato, que em 1931 realizou a primeira tradução da obra no Brasil - no mesmo ano em que publicou o livro As Reinações de Narizinho. Encantado com a personagem de Carroll, Lobato ainda faria com que Alice visitasse o Sítio do Pica Pau Amarelo em diversas oportunidades. Uma outra adaptação nacional, feita em cordel pelo poeta alagoano João Gomes de Sá, também será exibida na exposição.

Ainda no mesmo pavimento, que representa a superfície, a racionalidade e o mundo do conhecimento, o visitante passeia por um Gabinete de Curiosidades, com assemblages criadas por Adriana Peliano (artista e presidente da Sociedade Lewis Carroll do Brasil), ilustrações da artista estadunidense Maggie Taylor, além de conhecer a lanterna mágica e poder observar imagens em estereoscopia (3D).

A fase pré-cinema da história, que coincide com o período em que o livro foi escrito e com o início do processo de animações cinematográficas, também será retratada. Com muita interatividade, o público poderá conhecer objetos como livros giratórios e até um taumatrópio, um dos mais antigos e populares objetos de animação, criado em 1824, no qual os visitantes poderão ver os desenhos em movimento.

Descendo para a galeria do 23º andar do prédio é hora de entrar “de fato” na Toca do Coelho. Nela, o visitante é levado numa viagem estereoscópica, através de diferentes cenas da queda de Alice transpostas para o 3D.

O ambiente seguinte é dedicado ao capítulo do livro chamado Conselho da Lagarta, com ilustrações de diferentes artistas e uma instalação de cinema expandido com projetor de 16mm, com trechos de filmes do encontro de Alice com a Lagarta. Neste espaço, destacam-se reproduções de ilustrações do conto feitas por artistas renomados como Salvador Dali e Yayoi Kusama, fato que exemplifica ainda mais o alcance e relevância da história criada por Carroll.

Ainda neste espaço, contextualizam o tema e suas variadas interpretações depoimentos em vídeo de especialistas em literatura, filosofia e psicanálise, que analisam os múltiplos sentidos de Alice.

No ambiente Um Chá Maluco, duas grandes instalações, uma com 20 TVs de tubo e outra com uma pilha de cadeiras, contextualizam este capítulo do livro que aparece em cenas de desenhos animados com versões que vão da Disney (1951) ao anime japonês (1977), passando por variações ucranianas e australianas, que retratam o brinde entre Alice, Lebre de Março e o Chapeleiro Maluco, personagem importante da trama, que aparece em uma das cenas mais icônicas do livro.

Ainda na contemporaneidade, a ala de Contracultura da mostra exibe obras de artistas como Antonio Peticov e Ozi, inspirados no conto e personagens. Uma tela exibe o clipe da música White Rabbit, de Jefferson Airplane, lançado em 1967 e com referências à Alice no País das Maravilhas. Finalizando o circuito dessa abordagem, outras duas TVs trazem cenas da adaptação Curious Alice, realizado em 1971 pelo National Institute of Mental Health dos Estados Unidos.

O encontro com a Rainha de Copas acontece na sala seguinte, no qual o mundo das cartas e da Rainha má é apresentado por videomapping com cenas de 13 diferentes filmes, de 1915 a 2010 A exposição se encerra em uma sala que homenageia o livro Alice Através do Espelho - E o que ela encontrou por lá, também de Lewis Caroll, que completa 150 anos em 2022. O ambiente ainda conta com sonoridade, por meio da música I Am the Walrus (Beatles) e um vídeo tipográfico com concepção visual do artista Leandro Lima.

Serviço:

Exposição As Aventuras de Alice

Farol Santaner - Rua João Brícola, 24 - Centro
De terça a domingo das 09h às 20h, até 25 de setembro de 2022 

(11) 3553-5627

www.farolsantander.com.br

Ingressos: R$ 30,00 (R$ 15, meia-entrada)

Ingressos online: https://www.farolsantander.com.br/#/sp (vendas também na bilheteria local)

Fotos: Monica Quinta