Museu da Cidade-Oca recebe a maior exposição já realizada sobre a civilização maia
Pela primeira vez em 3 mil anos de existência os maias chegam ao Brasil. O reconhecimento da riqueza cultural deste povo pré-colombiano começou a espalhar-
"Mayas: revelação de um tempo sem fim" reúne pela primeira vez mais de 380 objetos e homenageia esta civilização em todo o seu esplendor
Pela primeira vez em 3 mil anos de existência os maias chegam ao Brasil. O reconhecimento da riqueza cultural deste povo pré-colombiano começou a espalhar-se pelo mundo a partir do século XIX. Nas últimas décadas do século passado, quando seu sistema de escrita foi completamente decifrado, a cultura maia despertou definitivamente múltiplos interesses, em diversos segmentos da sociedade.
No Brasil nunca houve uma exposição capaz de traduzir e revelar a sua abrangência cultural no campo da arte, arquitetura e estudos astronômicos e matemáticos. Brasil e México unem-se em uma parceria inédita que traz a São Paulo a exposição "Mayas: revelação de um tempo sem fim".
De 10 de junho e 24 de agosto, o Museu da Cidade - OCA, no Ibirapuera, receberá mais de 380 objetos da civilização maia que desvendam detalhes desse povo que floresceu por séculos em uma grande parte de nosso continente. A curadoria da mostra é da Dra. Mercedes de la Garza, professora emérita da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e de sua reconhecida equipe de pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), em colaboração com o Conselho Nacional para a Cultura e as Artes (CONACULTA).
A mostra, que foi apresentada no Palácio Nacional, na cidade do México até abril de 2014, seguirá para o Museu Quai Branly - Museu das Artes e Civilizações da África, Ásia, Oceania e Américas, em Paris, na França, após a passagem pelo Brasil.
"Essa é a mais grandiosa e ambiciosa exposição de arte e arqueologia já realizada para uma civilização latino-americana. Ela reúne elementos que comprovam toda a complexidade dessa sociedade e seu desenvolvimento em importantes áreas do saber como, por exemplo, a habilidade que tiveram para entender os conceitos de tempo e espaço", explica José Enrique Ortiz Lanz, coordenador nacional de Museus e Exposições do Instituto Nacional de Antropología e Historia (INAH). Em São Paulo, a exposição é uma realização do INAH, da Embaixada do México, do Museu da Cidade - Oca e da Prefeitura da Cidade de São Paulo.
"Com a inauguração da mostra "Mayas: revelação de um tempo sem fim" o Museu da Cidade - OCA se afirma como um espaço para grandes exposições mundiais no ano em que completa 60 anos de existência. Em um momento de celebração e de comunhão em torno da Copa do Mundo, Brasil e México têm o privilégio de atuar em parceria para trazer a São Paulo a maior de todas as exposições já organizadas sobre a civilização maia, para ser exibida de forma inédita, antes mesmo de outras capitais mundiais. Esta é uma valiosa oportunidade para paulistanos e visitantes terem contato com os conhecimentos e contemplarem um dos povos pré-colombianos mais desenvolvidos" afirma o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira.
A exposição conta com o apoio do Ministério da Cultura, por intermédio a Lei de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet, e tem o patrocínio do Banco Itaú, da Embratel, da Claro e da Caixa Seguros, além do apoio da Femsa e Pullman. Conta também com o apoio do PROAC - Programa de Ação Cultural, do Governo do Estado de São Paulo. A organização da exposição está a cargo da Expomus, empresa brasileira que atua desde 1981 no mercado cultural, tendo realizado importantes projetos no Brasil e no exterior.
O ESPLENDOR DE UMA CULTURA
Os Maias produziram objetos de grande beleza e valor artístico, todos no contexto de suas manifestações religiosas, políticas e sociais. Para aproximar os visitantes dessas diversas facetas, a exposição será organizada tematicamente, apresentando o estilo de vida, a organização sociopolítica, a religiosidade e valores de vida dessa civilização, que se expressam por meio de sua criação plástica e deixam suas marcas nos mais diversos objetos e utensílios. Um exemplo dessa expressividade é a peça que abre a exposição: o trono do Templo XXI de Palenque, uma das expressões artísticas mais sublimes da arte maia.
A seção introdutória da mostra apresentará uma visão geral da área geográfica e dos grupos maias - que reúnem cerca de 30 etnias, cada uma com língua e expressividade próprias -, a fim de que o espectador situe as obras por região, localizando assim as principais cidades. Ela terá ainda uma linha do tempo, com informações sobre os períodos cronológicos desde a época pré-hispânica até a atualidade, passando pelos períodos colonial e pelo século XIX.
Após essa introdução, os visitantes encontrarão oito áreas temáticas, espalhadas pelo subsolo do Museu da Cidade-OCA, que ocuparão uma área de 3 mil m², em que terão contato com a diversidade e detalhes dessa cultura, são elas: O homem frente à natureza; Comunidade e vida cotidiana; O coração das cidades; O homem diante do tempo e dos astros; As elites governantes e sua historiografia; As forças sagradas; O homem e os deuses: os rituais; e Entrar no caminho: ritos funerários.
Na mostra, os visitantes poderão compreender também como o passado dessa civilização mescla-se com o México de hoje e o quanto se faz presente na cultura nacional, revelando sua inestimável importância. Entre os objetos expostos estarão artefatos e utensílios que conseguiram transcender a pilhagem, a destruição de sua cultura e a invalidação de sua religião por parte da conquista espanhola. Os maias chegaram aos dias de hoje conservando suas línguas e conduzindo uma nova e rica cultura original, resultado das mudanças e das distintas significações adquiridas por seus costumes e crenças, que lhes deram nova identidade.
Por todos estes motivos, o mês de junho ficará marcado pela chegada dos maias ao Brasil. A realização da maior competição futebolística será uma oportunidade única de apresentar, também, aos povos do mundo todo, que aqui estiverem presentes, o fascinante universo maia.
INAH - Instituto Nacional de Antropologia e História, México. O Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) é uma instituição ligada ao Governo Federal do México que foi fundada em 1939 com o objetivo de garantir a investigação, conservação, proteção e difusão do patrimônio arqueológico, antropológico, histórico e paleontológico do México. Sua criação, foi fundamental para a preservação do patrimônio cultural mexicano, o que faz do INAH uma instituição de pesquisa respeitada e referenciada no mundo todo. Reúne, atualmente, mais de 800 pesquisadores nas áreas em que atua e tem sob sua responsabilidade mais de 120 museus no território mexicano, organizados em museus nacionais, regionais, locais, de território e comunitários. O INAH é referência mundial no estudo e preservação dos registros acerca do povos pré-colombianos.
Museu da Cidade - OCA
Reunindo importantes coleções de Arquitetura, Artes Visuais, Imagem e Antropologia, o Museu da Cidade é a principal instituição da Prefeitura de São Paulo para difusão da memória. Seu acervo artístico, documental e iconográfico estabeleceu-se desde os anos 30, quando Mário de Andrade funda o Departamento de Cultura. A OCA tornou-se em 2014 área central do Museu da Cidade, consolidando o Parque Ibirapuera como a maior praça de exposições da capital paulistana, somando-se aos museus ali presentes, ambiente decisivo de internacionalização do meio cultural brasileiro, promovendo o relacionamento vivo do Brasil com o Mundo.
SERVIÇO
"Mayas: revelação de um tempo sem fim".
De 10 de junho e 24 de agosto
Museu da Cidade - OCA
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n - Portão 3
Parque Ibirapuera / São Paulo - SP
Telefone: +55 11 3241-1081
De terça a domingo das 9 horas às 17 horas Entrada Franca
Postado por Angela Karam no dia 10/06/2014 às 03:47