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TURISMO-SA - Angela Karam e Camila Karam
EVENTOS

Evento realizado pela Revista ViaG e pela ABTLGBT teve lotação máxima e lista de espera




Fórum apresentou perfil de turista LGBT para agentes e tour operadores em São Paulo

Evento realizado pela Revista ViaG e pela ABTLGBT teve lotação máxima e lista de espera

Na última terça-feira, 13 de junho, a Revista ViaG e a Associação Brasileira de Turismo LGBT (ABTLGBT) realizaram o Fórum de Turismo LGBT do Brasil, a fim de capacitar agentes de viagem e tour operadores sobre o segmento. O evento ocorreu no Hotel Meliá localizado na Avenida Paulista, via que foi palco da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que ocorre no próximo domingo, dia 18.

Amanda Leonel, CEO da Editora Via, abriu o evento apresentando dados do Turismo LGBT retirados de estudos feitos por diferentes entidades, como a Out Now Consulting, Out Leadership, a própria ABTLGBT e a IGLTA (International Gay and Lesbian Travel Association), que é também apoiadora do Fórum.

Esses estudos, feitos com base no mercado norte-americano, já que o Brasil ainda não possui pesquisas no segmento, mostram que o Turismo LGBT cresce cerca de 11% ao ano, enquanto o crescimento do turismo convencional é de cerca de 3,5% ao ano e que os viajantes do segmento são mais exigentes quanto à qualidade dos serviços contratados, além de viajarem, pelo menos, 4 vezes por ano, em média. Ainda em comparação com os heterossexuais, os gays e lésbicas têm uma vantagem competitiva para o mercado, já que 45% viajam para o exterior, enquanto a média dos heterossexuais é de 9%. Eles também gastam 30% a mais nos destinos, se abalam menos em crises econômicas, movimentam cera de 10% do turismo mundial e de 15% a 16% de todos os gastos com turismo, além de viajarem fora da temporada por não estarem tradicionalmente presos ao calendário escolar, o que tende a mudar nos próximos anos, com as novas configurações familiares.


Painel sobre receber hóspedes LGBT na hotelaria - Foto: Rafael Leick

Desse público, 15% fazem cruzeiros e 87% viajam com o auxílio de agências, enquanto a média nacional fica em 2% e 42%, respectivamente. Os salários também ficam acima da média nacional para 75% do público LGBT. Não é à toa que o público LGBT mundial tem US$ 3 trilhões para gastar ao ano. Isso é maior, por exemplo, que o PIB da França.

É nesse cenário que o Brasil, que tem o maior número de Paradas do Orgulho LGBT do mundo (são 221), recebeu empresas mundiais no Fórum para discutir diversas questões, segmentadas em quatro painéis.

O primeiro, “Como superar o preconceito dentro da própria empresa?”, mediado por Roberto Santejo (IBM), trouxe o exemplo de duas empresas multinacionais que promovem a diversidade também dentro de casa. Diemerson Batista (Delta Airlines) e Gil Zanchi (Marriott Hotels) expuseram ações interessantes, como linha telefônica direta para denúncias anônimas de preconceito, pesquisa anual e o fato de a vida pessoal não ser questionada em entrevistas de emprego. As três empresas, inclusive, selecionam fornecedores apoiadores da diversidade, que é vista também como ferramenta de negócios.


Clovis Casemiro (IGLTA) na abertura do Fórum de Turismo LGBT - Foto: Rafael Leick

"Hotelaria: como receber e entender as necessidades dos hóspedes LGBT?” foi o tema do segundo painel, mediado pela professora Mariana Aldrigui (USP), que ressaltou a importância de não tratar os LGBT como um segmento e sim como vários segmentos dentro de um tipo de comportamento. Ewerton Camarano (AccorHotels), Leonel Reyes (Hard Rock Hotels) e Sandro Stanise (Meliá Hotels) destacaram a importância de as políticas dessas empresas internacionais virem também para o Brasil e que a “questão da cama” (quando hóspedes LGBT são questionados se querem mesmo uma cama de casal) já está no passado. Hoje, outros detalhes, como dois roupões e chinelos de mesmo tamanho ou cartões de boas-vindas usando o gênero correto, são considerados. Camarano ainda destacou treinamentos de expressão corporal para que o corpo não esboce reações de reprovação em situações que o funcionário não esteja acostumado, e o foco em respeito, brilho no olho e carisma.

O terceiro painel, “Destinos: como se tornar um destino LGBT Friendly incluindo turistas trans?” foi mediado por Alberto Martins (B4Tcomm) e trouxe Richard Gray (Fort Lauderdale), Malcom Griffiths (VisitBritain) e Juan Antonio (Turismo da Espanha) debatendo a importância de ter uma sociedade friendly para ser um destino friendly. Gray apresentou o programa inovador de Fort Lauderdale, cidade da Flórida que, há 2 anos, foi o primeiro destino a fazer uma campanha focada em transexuais. Com a World Pride (Parada LGBT mundial) desse ano acontecendo em Madri, a Espanha já tem, em algumas escolas, banheiros unissex para amenizar o desconforto das crianças trans. O Reino Unido apresentou os incentivos do governo, além da recente campanha “Love is GREAT”, focada no público LGBT.

O último painel, “LGBT wedding and honeymoon: oportunidade de novos negócios” foi mediado por Nelson Carneiro (Superpride) e contou com Débora Creutzberg (Turismo de Viena), Gisela Abrahão (Turismo de Seychelles) e Jiovana Alves (Belmond) apresentando suas estratégias, ações e atrativos para casamento e lua de mel com foco no turista LGBT. A rede hoteleira de luxo e os destinos românticos se apresentaram como inclusivas, sem distinção por conta da orientação sexual ou identidade de gênero, e cheias de opções, como cerimônias e lua de mel em barcos, na praia e no rio Danúbio, por exemplo. Viena aprovou o casamento homoafetivo em 2010 sendo, naquele ano, 5% de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Até agora, foram realizados cerca de 1.500 casamentos na cidade.


Painel sobre destinos LGBT-friendly, incluindo transexuais - Foto: Osmar Maduro

Após os painéis, a Festuris de Gramado recebeu, do Fórum, uma homenagem por ser a primeira feira a abrir espaço, há 8 anos, para o Turismo LGBT. O almoço, em seguida, foi oferecido pela rede social gay Hornet. A segunda etapa do dia seguiu com capacitações realizadas por Berlim & Viena, Hard Rock Hotels, Delta Airlines e Ft. Lauderdale, finalizando com um happy hour oferecido pelo Turismo de Israel.

Clovis Casemiro, coordenador de conteúdo do Fórum e representante da IGLTA no Brasil, se mostrou realizado após o evento. “É muito emocionante ver tantas empresas reunidas em prol da diversidade e falando abertamente sobre o tema, trazendo exemplos e cases de sucesso para que os agentes e tour operadores brasileiros possam descobrir cada vez mais o Turismo LGBT, que tem tanto potencial e ainda é tão pouco explorado por aqui”, afirma. Casemiro lembrou também que o Brasil é o segundo maior mercado “fora do armário” do mundo, após os Estados Unidos, e o segundo país com maior número de empresas afiliadas à IGLTA, razão pela qual ele aponta que este foi o primeiro fórum LGBT totalmente financiado pela iniciativa privada no País.

Fonte :Assessoria de imprensa

Postado por
no dia 18/06/2017 às




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