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TURISMO-SA - Angela Karam e Camila Karam
FEIRAS





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A WTM Latin America encerrou a edição 2024 com o anúncio de aumento em todos os números – da entrada de visitantes à área de exposição. Até as 14h do terceiro dia foram contabilizados 27.153 participantes, 3% a mais que os 26.454 de 2023.

As 797 marcas expositoras representaram 28% de crescimento em relação à edição anterior e ocuparam 7.393 metros quadrados dos pavilhões Branco e Verde, um aumento de 20% na área comercializada. O número de reuniões agendadas pelo ConnectMe, plataforma que conecta os participantes da WTM, somou 6.903 – 9% a mais que em 2023. Pelos corredores, expositores comemoravam lançamentos e conexões significativas firmadas durante o evento.

 
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Os três teatros temáticos reuniram 54 palestras, painéis e treinamentos, além das concorridas sessões de Speed Networking com compradores convidados e criadores de conteúdo. Neste terceiro dia, esses espaços abertos para o conhecimento apresentaram informações sobre inteligência artificial, cases de acessibilidade e inovação em produtos de ecoturismo, entre outros assuntos.

 

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Brasil - Angola

A TAAG Linhas Aéreas, que participou pela primeira vez do evento, promoveu as conexões entre Brasil e Angola. A companhia angolana conecta o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a Luanda e de lá para 11 províncias de Angola e oito destinos de outros países africanos. O acordo de codeshare firmado com a Gol amplia as opções para outras 14 outras cidades brasileiras.

 

Destinos

Entre as centenas de destinos nacionais e internacionais, destaque para novos, como Jordânia e Tanzânia, que participam pela primeira vez, e para Israel, que integra a agenda do evento desde sua primeira edição, há 11 anos.

 

Empresas participantes da Rota da Diversidade

Bancorbrás Turismo (60+), Belotur/MG(LGBTQIAP+); Destino São Luís/MA (LGBTQIAP+); División Turismo Intendencia Montevideo/Uruguai (Afroturismo); Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul (3 projetos: Afroturismo, 60+ e LGBTQIAP+); Hotel Bergblick e Associação Visite Pomerode/SC (LGBTQIAP+); Juiz de Fora/MG (LGBTQIAP+), Louvre Hotels Group Brazil (2 projetos: 60+ e LGBTQIAP+); Orinter Tour & Travel (LGBTQIAP+); Pastore Turismo (60+); Sebrae Mato Grosso (Afroturismo); Secretaria de Turismo do Estado do Paraná (60+); Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul (LGBTQIAP+); Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Afroturimo); Secretaria Municipal de Turismo de São Luís (Afroturismo); Sensações Turimo/MG (Afroturismo) e SESC/RS (60+).

 

Turismo acessível

Líderes do setor público, representantes de ONGs e profissionais do setor privado se uniram para destacar cases de acessibilidade no turismo. O debate trouxe o exemplo da Costa Rica, que colocou a inclusão como um dos três eixos da política nacional de turismo, ao lado da inovação e da sustentabilidade. No âmbito não-governamental, foi destacado o projeto Dona Tapa - que transforma tampinhas plásticas em material para a construção de rampas e outros itens que garante a acessibilidade turística às praias, parques e cataratas costa-riquenses.

 

De San Luis Potosi, a 450 quilômetros da Cidade do México, Claudia Lorena Peralta trouxe o exemplo de produtos criados para turistas surdos – como roteiros guiados, concertos inclusivos com trajes sensoriais que vibram com a música e um número para videochamadas com atendentes que se comunicam na linguagem dos sinais – e para viajantes cegos – como o tour Sentir para Ver que foi criado para destacar os atrativos por meio dos outros sentidos -, além de experiências voltadas a pessoas deficiência intelectual e social.

Robson Lourenço, do Grupo Cataratas, lembrou sobre a importância de garantir a acessibilidade social e intelectual, além da motora, e reforçou a importância de ter quadros mais diversos nas empresas. “Se eu não olho para dentro não consigo olhar para fora”, disse. Jéssica Paula, deficiente física desde os seis anos, destacou a urgência de sensibilizar os colaboradores para garantir acessibilidade atitudinal. “Os guias não podem olhar para mim e dizer que eu não posso. Quem deve definir o que é longe ou difícil sou eu”, disse a jornalista que já escalou o Pão de Açúcar e fez um trekking de 40 dias pelos Lençóis Maranhenses.

 

Inteligência artificial e banco de dados

Alexandre Cordeiro, fundador da Travel Tech Hub e Head de Inovação da ViagensPromo, e Thais Medina, CEO da Business Factory, destacaram as possibilidades que se abrem para a personalização de viagens por meio da união da inteligência artificial com o marketing digital. “Antes de usar tecnologias e ferramentas, temos de entender quem somos, qual é a estratégica da nossa marca e como queremos ser vistos no mercado, além de entender muito bem a pessoa com quem a gente quer falar”, orienta Thaís.

 

Alexandre Cordeiro ressalta o fato de o turismo ter muitos processos manuais. “O turismo precisa de uma quantidade muito grande de conteúdo para vender destinos, pacotes, hospedagens, o que a inteligência artificial pode aportar com velocidade e sem perder a qualidade e permitindo que os profissionais sejam mais produtivos em tarefas analíticas e mais estratégicas”, diz Alexandre.

Já Aroldo Schultz, fundador e presidente da Schultz Operadora, destacou novos roteiros da operadora e comemorou a entrada de dois destinos internacionais na Wikitravel.ai, primeiro banco de dados com fotos e vídeos royalty free, da qual ele é um dos idealizadores. Com a adesão de muitos destinos nacionais, a plataforma criada para apoiar secretarias e representantes de turismo na divulgação profissional confirmou adesão da República Dominicana e das Ilhas Cayman, que assinaram acordos de parceria na WTM Latin America.

Inovação em ecoturismo

Inclusão social e conservação da biodiversidade caminham juntas com o ecoturismo. Esse foi o mote de painel realizado no teatro Transformation, com a participação de representantes de diferentes destinos brasileiros. Lena Matos, proprietária da Roraima Adventures, destacou a criação de grupos de expedição que não somente reúnem mulheres para subir o monte, como empregam exclusivamente guias e carregadoras do sexo feminino, como forma de empoderar e destinar renda às mulheres indígenas da região. No Mato Grosso do Sul, Luíz Ricardo, da LR Travel Experience explicou como o cruzeiro Pantanal Friendly Cruising que não apenas diversificou a oferta como trouxe inclusão aos turistas e sensibilizou o trade local.

 

Lauro Jurgeatis, do Santuário Volta da Serra, na Chapada dos Veadeiros (GO) destacou o projeto Saberes e Sabores do Cerrado que une turismo de experiência, contemplação da natureza e conservação com o desenvolvimento da economia local. Da mesma região, Richard Macedo explicou as trilhas sensoriais implantadas pelo projeto Pegadas da Biodiversidade do Vale das Araras, com áudios com o canto de pássaros, informações sobre o bioma Cerrado e dados históricos para enriquecer os passeios.

Pequenos negócios do turismo também foram destaque

O Sebrae levou 30 pequenas empresas para a WTM Latin America. Durante os três dias de evento, elas participaram de rodadas de negócios e apresentaram roteiros turísticos inovadores que exploram o conceito de experiência e vão desde o chocolate da Amazônia aos cafés especiais das Serras Capixabas.

Futuro das Viagens

Raquel Passos, CEO da Ibiti Projeto, e Carlos Humberto da Silva Filho, CEO e Fundador da Diáspora.Black, protagonizaram o painel O Futuro das Viagens: Personalização, Diversidade e Regeneração.

 

Carlos aponta que é essencial compreender as mudanças no comportamento de sociedade. “As agendas de diversidade, personalização, sustentabilidade são determinantes no turismo e estão associadas à decisão de compra e busca por experiências transformadoras”. O especialista explica que o mercado está se transformando para garantir que diferentes pessoas e grupos sociais tenham suas demandas contempladas. “Essas novas demandas vêm se materializando em crescimento no consumo de viagem”.

 

Raquel Passos destacou o papel do turismo no movimento de regeneração mundial. “Como profissionais do mercado nós impactamos um destino quando enviamos turistas. É essencial compreendermos os impactos que estamos causando e aplicar iniciativas que inspirem a conexão com a natureza, com toda a cadeia que o mercado une”, reflete.

 

 

Gustavo Pinto, curador do teatro Transformation, destacou a qualidade e a diversidade dos painéis que tiveram lotação máxima. “A WTM se tornou o local de encontro da comunidade do turismo responsável da América Latina, o que é uma grande oportunidade e um compromisso”, conta, destacando a participação de moderadores e painelistas de 13 países latino-americanos.

 

Gabriela Otto, curadora do teatro Technology, também destacou a grande adesão aos conteúdos apresentados. “O espaço ficou lotado durante os três dias de feira, muitas vezes com pessoas em pé ou sentadas no chão para não perder o conteúdo”, celebra. Para ela, a WTM oferece um importante ambiente para o debate que incentiva o pensamento estratégico. “Agências, operadoras, hoteleiros, influenciadores digitais, empresas de tecnologia debateram juntos, com os microfones abertos para perguntas e contraposições, o que é vital já que a verdade está nos desafios do dia a dia”, disse.

 

Uma novidade comemorada nesta edição foi o lançamento da Rota da Diversidade que destacou 20 projetos liderados por diferentes expositores em três eixos - Afroturismo, Turismo LGBTQIAP+ e Turismo 60+. “Esse foi o primeiro passo para dar visibilidade e incentivar que esses projetos, liderados com tanta responsabilidade, venham à tona”, disse Bianca Pizzolito, head da WTM Latin America, destacando o compromisso de dar continuidade à Rota nos próximos anos. Em 2025, o evento acontece de 14 a 16 de abril. Confira alguns destaques:


Postado por
no dia 18/04/2024 às









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