Mulheres desafiam a norma e se tornam guias em reservas de safári sul-africanas
Fazer safári na África do Sul e conhecer a incrível savana do país é uma experiência que tem despertado fortemente o desejo dos turistas brasileiros.
Fazer safári na África do Sul e conhecer a incrível savana do país é uma experiência que tem despertado fortemente o desejo dos turistas brasileiros. Para garantir que essa atividade seja aproveitada ao máximo, um fator fundamental é ter guias bem preparados. Chamados por lá de ranger, conhecem a fauna e a flora locais como a palma da mão, e são responsáveis por compartilhar seus conhecimentos com os visitantes, além de garantir a segurança do grupo. Nas últimas décadas, esse papel tão importante foi sempre reservado para homens, mas alguns hotéis de safári, como o Sabi Sabi Private Game Reserve, localizado ao sudoeste do famoso Kruger National Park, vêm trabalhando para mudar essa realidade.
A carreira de ranger sempre foi vista como árdua, dura e muito perigosa para mulheres, mas os tempos foram mudando e elas começaram a quebrar barreiras, assumindo cada vez mais profissões antes dominadas por homens. Buscando também romper com essa realidade excludente, o Sabi Sabi tomou a dianteira anos atrás ao treinar e contratar mulheres apaixonadas por natureza e conservação, profissionais extremamente competentes que se tornariam suas primeiras rangers mulheres.
Atualmente o time de guias do Sabi Sabi tem seis mulheres: Chanyn-Lee Zeelie, Kerry-Lee Roberg, Louise Murray, Lee Swart, Angelique Borlinghaus e Ally Ross. Para muitas delas, o sonho de se tornar ranger começou na infância com o amor pela natureza, pelos animais e pelo meio-ambiente, mas as possibilidades de trabalhar em meio à savana eram poucas e distantes. Hoje, como rangers do Sabi Sabi, elas dizem sentir um prazer enorme em testemunhar a empolgação dos hóspedes ao apresenta-los à reserva, oferecendo encontros inesquecíveis com a natureza sul-africana.
O treinamento para se tornar ranger é árduo, e nada foi feito para que ele fosse de alguma forma mais fácil para elas. Kerry Roberg compartilha sua trajetória no Sabi Sabi, que começou quando ouviu as palavras "Gostaríamos de convidá-la ao Nkombe Camp", ditas por Brett Heasman, gerente de safári da propriedade, se referindo à área da reserva utilizada exclusivamente para treinar novos rangers.
Roberg conta que já havia feito uma entrevista por telefone e o próximo passo foi uma conversa presencial, na qual teve que responder uma série de questões. Em seguida, teve que levar Heasman e outros responsáveis pela área para uma espécie de "safári-teste", onde compartilhou seus conhecimentos sobre gramíneas, árvores diversas, insetos, elefantes, e até pássaros como o rolieiro-de-peito-lilás. No fim do dia voltaram ao Bush Lodge, um dos quatro lodges do Sabi Sabi, e na manhã seguinte Roberg saiu para o acampamento onde passaria três semanas.
Com as botas calçadas e uma mala cheia de roupas caqui, ela conheceu os outros cinco candidatos que participariam do treinamento e disputariam a vaga de ranger do Sabi Sabi. Apesar da competição, eles logo estavam trabalhando como um time. “Os dias que se seguiram consistiram em despertares de manhã bem cedo, caminhadas pela savana cheias de conhecimento compartilhado, e testes de campo”, diz Roberg. “Fomos testados em diversos temas, de trilhas a árvores, flores a bichos, e tudo mais que fosse possível. Quando não estávamos caminhando, saíamos no final da tarde em veículos de safári nos quais avistávamos cenas como leopardos caçando bufalos, além de lindos pores-do-sol. Antes da noite cair, voltávamos para o acampamento, onde acendíamos fogo para cozinhar e esquentar a água, que seria usada nos banhos e na louça", completa.
Ela conta que o trabalho era feito em grupo e que toda noite recebiam rangers do Sabi Sabi que compartilhavam suas experiências com eles. Durante a madrugada, se dividiam em turnos para ficar de olho nos visitantes noturnos, momentos em que era possível ouvir, à distância, leões rugindo e rinocerontes se movendo.
“O objetivo do acampamento era testar nossos conhecimentos, nossa capacidade de trabalhar em equipe e nossa integridade. Não era sempre fácil, mas eu nunca imaginei que seria. Eu sabia que o Sabi Sabi mantinha seu nome em alta estima e que seu programa produzia rangers excepcionais”, diz Roberg.
Também é parte do treinamento conhecer diferentes departamentos do Sabi Sabi, como o de manutenção, recepção, comidas e bebidas, entre outros, o que não apenas dá aos guias mais conhecimento, como gera uma empatia com os outros membros do time – valor pelo qual o Sabi Sabi presa muito.
Sem distinção para homens e mulheres, o treinamento garante que os rangers sejam profissionais completos, capazes de receber bem seus hóspedes, manobrar potentes 4x4, trocar pneus, conduzir caminhadas pela savana, garantir a segurança dos hóspedes, e, é claro, ser sociáveis e capazes compartilhar seus conhecimentos com visitantes vindos de todas as partes do mundo, pessoas com histórias e culturas completamente diferentes.
“Nós escolhemos esse emprego para apresentar as pessoas à natureza e interpretar para elas o que está acontecendo na vida selvagem da reserva, criando empatia e entendimento. Nós amamos os animais, as pessoas e o meio ambiente, chegamos longe desde nosso primeiro dia no Nkombe Camp, e ser um ranger no Sabi Sabi nos dá oportunidades infinitas de aprendizagem e crescimento”, diz Roberg.
Essas mulheres fortes e comprometidas estão assumindo a profissão com louvor, desafiando o status quo e abrindo portas para que as futuras gerações se interessem pela conservação do nosso incrível planeta.
Sobre o Sabi Sabi: Com mais de 35 anos de tradição no mercado, o Sabi Sabi Private Game Reserve é um dos hotéis de safári mais renomados da África do Sul. A propriedade fica localizada na reserva ambiental de Sabi Sands, ao sudoeste do Kruger National Park, e é formada por quatro lodges cuja decoração é inspirada em diferentes momentos históricos da África do Sul. Há o Selati Camp, em estilo colonial; o Bush Lodge, único que aceita crianças, e o Little Bush Camp, ambos repletos de referências étnicas e contemporâneas; e o Earth Lodge, cuja arquitetura e uso intenso de materiais naturais buscam refletir um futuro “eco-chic”, no qual luxo e natureza co-existem em completa harmonia.
Mais em: www.sabisabi.com
Fotos: Divulgação
Postado por Camila Karam no dia 24/09/2018 às 10:35